Um equilibrista

Um equilibrista

Hoje eu pensei que seria um equilibrista

Pois vivo a tombar

Tropeço nos tropeços da vida

Tropeço em mim mesmo

Mas sempre tentando me equilibrar

Tropeço no amor

Ah, no amor tropeço, tropecei, tropeçarei…

Pois a vida é feita de equilíbrios e desequilíbrios

Às vezes, acho que a vida é um grande circo

Com vários autores e atores

Eu, a plateia

Uma plateia repleta de sonhos e cenários

E de vez em quando, saio e pego o trapézio

Só para chamar atenção

E ouvir meu próprio eco

Dá vasão aos meus gritos

E plenitude ao meu silêncio

Mas quando silencio, estou me recompondo dos tombos

Agora mesmo, acho-me um palhaço que rir de si mesmo

Rindo até de coisas sem a menor graça

E atenção muito atenção para a próxima atração!

É que a vida nos adorna, ou melhor, nos doma

No início somos impetuosos e valentes

Tudo fazemos bem melhor que os outros

Com o tempo, aprendemos que não fazemos nada sozinhos

E nem seria possível fazer

Que pretensão

Talvez nem caminhar ou equilibrar conseguiríamos

Entre trapézios, palhaços e tombos eu sigo

Estou me desequilibrando, abrace-me

Nilson Ericeira