A minha poesia falante

A minha poesia falante

Trago comigo uma poesia expressa

Que me cala, omite consente

Sente, ressente-se

É silêncio

É estado natural de quem ama

Talvez por amar em dimensão superior

Suporte a dor, desamor e agruras da vida

E é expressa em códigos poéticos

Nem sempre compreendida

A poesia diz às pessoas do mundo

Talvez a minha nem diga absolutamente nada

Dada a higidez do meu ser

Porém, de um agente solitário

Caminheiro da vida

Sozinho, busca multidões

O agente está no meio dela

Mas busca algo que outros não sabem

E, se sentem, calam sem expressarem

Mas senhores, a minha poesia é reflexão

Pois reflete o que sente um coração

É escrita da alma

Mal traçada, pois feita com os calafetes de mim mesmo

Emite recados subliminares

Recortes de sentimentos

Fragmentos da fonte

Pois é muito mais do que expressa

Minha poesia é meu grito diário

Meu ser no armário

E meu baú onde me coloco por inteiro

Embora me falte sempre algo que não sei dizer

Ainda bem que tenho a quem recorrer

Nilson Ericeira