Açoite moderno

Açoite moderno

Ruge igual lobo no cio

Buscando presas

Na frenética e dolorida alma

Ladram o cães na passagem dos dias

No mesmo instinto do cães

Os lobos uivam

Escutam-se uivares

E latidos

Todos consentidos com açoites

É crescente a escravidão moderna

Novos açoites e chicotes

Em meio a um crise de desesperança

O homem lobo de si mesmo

Nem uiva, nem ladra

Sangra

Corre na matilha silenciosa

Escolha suas presas conforme o status da sua ignorância

Escravos modernos

Escravocratas hediondos

Assim, não escapam do açoite

À noite, ocupam seus dedos

Durante o dia também

O homem é dígitos

Vive a cerca-se de ilusões midiáticas

E ainda jura de morte que não é alienado

Mordido por lobos e cães

Já até se agrada das taca

Nilson Ericeira