Elos ou caminhos
Joguei-me no mundo
Jogaram-me sem boia
Nadei, nadei, caminhei, descaminhei…
Vi-me em ilhas
Sozinho na multidão
Mas nunca perdi-me de mim mesmo
Por vezes chorei sozinho
Escondi-me do meu próprio estado
Descobri-me em escombros
Mas ainda assim amei, abracei e fiz correntes
Cheguei a lugares de omissão
Omissão pública maquiada de bondade
Dialoguei comigo mesmo
Ofusquei palmas hipócritas
Deu-me vontade de gritar bem alto
Mas preferi ecos em mim…
Continuei a me indignar
A me indagar
A me desolar dessas coisas hediondas
E busquei o abraço solidário
E, por vezes, desencontrei-me de mim mesmo
Porém, pus meu barco nu rumo
Sair das ilhas imaginárias
E ancorei em letras-caminhos
Nilson Ericeira
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