A análise

A quebra do todo

Que nem parte é
O que será,

o que será

Se se desintegrou na origem

Vulcanizou-se

E assim evaporou sem ser

Na análise, um nada

Da parte do que não é

Contudo, respira

E se quem respira vive

Viver por viver

Mas vale a pena

Algum fragmento composto

Ainda que no ar, no mar, no chão

Antes fosse

Pois vive a gerar aflição aqui no meu coração

E como toda partícula,

Desintegra, amolda-se, rebela-se

Uma análise debalde

À-toa por assim dizer

Mas há digo com prazer

Pois poetizarei meus dias

Mesmo que sem sentido algum

Nilson Ericeira