Quem conta um conto aumenta um ponto I
Um passageiro de Arari
Bateu-me nostalgia e saudade do começo insipiente e/ou incipiente e pueril. O prédio velho abriga estantes ou cabines comerciais, como queiram denominar. E passeei nostálgico… Lembrei-me de nomes importantíssimos para a minha formação, pois foi exatamente ali que desembarquei para o meu primeiro emprego formal.
Um dia desses, passei pelo antigo prédio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), ali no final ou começo da Rua grande, a mesma Rua Oswaldo Cruz, salvo engano, 775, no centro da capital.
Entrei em todas as salas, lavei dos primeiros aos últimos 48 degraus contados por mim, salvo engano, naquele labor de um servente. Do mesmo modo que limpei o chão, o teto, as luminárias… Não posso me permitir chorar de emoção, já um idoso com certas limitações e, ainda assim, insistindo para ser um ser útil.
Assim, revivi meu primeiro sonhos!
E fui passando pelos corredores, antes eivados de escrivaninhas, agora cheio consumidores e vendedores afeitos ao consumo e o lucro. Ali, agora eu era mais um passante, mas sou passageiro de um tempo de muito aprendizado e dedicação. Pois foi lá que encontrei pessoas que me empurraram ao aprendizado, mesmo que pesado como sou, deslizei na linha do tempo…
No mesmo ambiente em que não recebi uma moeda de troco, não recebi presente, até por que não aceitei, foi sem a menor dúvida um dos meus melhores ambientes de aprendizado e humanização.
No segundo piso, onde funcionou o setor de pagamento de pessoal, chorei, lembrei-me dos armários de aço onde guardava mantimentos de merenda, para poder enfrentar o terceiro turno de meus expedientes nos cursinhos pré-vestibulares.
Já desço as escadas da vida com o mesmo vigor de luta e senso de justiça, mas tenho certeza não ser solitário nesta chama acesa.
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