Medo

De não enxergar o óbvio

Só ver o que quero

De não sentir

Não consentir

Não perceber

Secar minha boca

Calar a minha voz

Tenho medos

De solidão em multidões

Cercado de indiferentes

Insensíveis

Medo de me faltarem abraços

Mesmo que enlaçado de braços

Não sentir o calor do amor

Não perceber o colorido das cores

Não degustar o gosto da vida

De negar o que me perde um irmão

De enrijecer o coração

Nilson Ericeira