Ceio virgem!
O ceio da pátria amada
Em que deleitamos e enaltecemos
O ceio da pátria virgem
Desmata, mata, estupra, morre…
E, em vertigens, falecemos
Com nossas convicções hilariantes
De morrer pela pátria e viver sem perdão
De ficar, de ir embora, de não estar
Enquanto os lobos se divertem
A quadrilha assalta
Ou melhor, matilha
Mas eu sei, tu sabes, eles sambem
Sobem na vida deslizando no suor e sangue alheios
Que horror, que dor, que dó
Viva a pátria!
Meu ceio, meu cio, meu coração
Delirante, alucinante, alienante
O melhor seria mamar em tetas
Pois levam consigo vidas
Inocentes imploram na beira da escada
Eles, exploram
O pior da vida não é morrer
Mas falecer em si mesmo
Ser um ser ambulante, sonâmbulo
Sem cor, sem pátria
Pois ilusória
Nilson Ericeira
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