Aprender a ser, aprender a conviver – o homem cresce na convivência

A vida é um preparo
permanente para a convivência, antes, porém temos que aprender a ser.
Aprendendo a ser também não é uma tarefa muito fácil, implica mudanças,
recomeços, arrependimentos, autoanálise e, sobretudo, aceitação de estados. Aceitar
o outro é o primeiro passo e último se houver.

Culturalmente fomos
preparados para sermos os melhores numa sociedade desigual, individualista e
desumana. A nossa dor é sentida só por nós próprios, raramente há
compartilhamentos. Quando temos a presença de nossos amigos e nossos familiares
pais, irmãos principalmente, a partir daí teremos um rumo, um norte para nossas
vidas. É aprendendo a ser que procuramos o outro para nos relacionarmos. Com
isso, aprendemos a conviver.

Aprender a conviver requer
a aceitação das pessoas do mundo, da forma que elas são, sem preconceitos,
prejulgamentos, estereótipos, prejuízos. É difícil! A convivência mostra quem
somos, nosso jeito, nossa pequenez e grandeza. Do que somos capazes e até que
ponto estamos disponíveis a servir. Há os que exercem a liderança servidora. Há
preceitos de vida que nos remetem a ser bom. Na aula das nossas casas, nossos
pais e família nos ensinam a respeitar as pessoas sem ser submisso. Pois ser
submisso é um estado de fraqueza humana. Não obstante e não raro, encontramos
pessoas que, em nome de uma suposta sinceridade e amizade, machucam pessoas e
até destratam.

Não, isso não é aprender a
conviver e muito menos ser. O homem sofre mudanças constantes, inclusive de
comportamento. Exemplos não nos faltam de pessoas que aparentemente boas, tomam
atitudes de extrema maldade. Assim como camuflamos uma série de atributos
inerentes a nós próprios, resguardamos e guardamos sementes podres que nos
levam à maldade. Parece paradoxal, mas o mundo também é feito de polos. Todos
somos do mundo e o mundo interagem com a gente.

Esta não é uma lição de convivência
e práticas nas relações sociais. Certamente não é. Mas precisamos regar o ser
na sua essência do bem. De servir e ser servido, preparando-lhe para uma
convivência sadia. Tudo depende de que forma fomos crescendo em nossas
convivências. Uma vez que aprendendo a ser estamos também aprendendo a
conviver. O ser é um ser produtor e receptor de informações e troca informações
com os outros em busca de um consenso e, se não alcança essa retroalimentação,
até forçosamente são obrigados a conviver.

É antiga a frase de que a
vida é uma escola, mas certamente nos cabe em qualquer sala da convivência humana.