Penumbra

Penumbra
Vivo a me espelhar nos outros
Talvez por isso, debruço-me sobre coisas vãs
Alheio e sonhador, piso em nuvens
E pisotearei…
Assim, as sacudo só pra te ver nem que seja entre sombras
Por isso, imagino-te entre sombras
É que a minha ilucidez me transporta
Vago entre termos que desconheço
Um criador de mundos
Dissipador de sonhos
Vivo de enigmas, por cento não me compreendo
Nem minha face reconheço
Vejo-te agora na penumbra
Antes dou um jeito de te enlaçar
Mas sei não ser possível com os braços
Lanço-me em devaneios 
Na dúvida: vigio-te
Pois o que mais me infla é a tua existência em mim
Nilson Ericeira