Arari em notas e anedotas

E,
agora, a cheia cresce

A
barriga dói

A
mãe terra encoberta

O
rio alagou

A
cidade

Os
campos

Os
casebres

A
mãe natureza padece

Mas
há quem pague a conta

Arari
ruiu completamente

Na
lente da hipocrisia

Que
a tudo enaltece

E,
agora José!

A
canoa alagou

O
remo quebrou

O
rio encheu

A
tabaca desgovernou

A
água transbordou

Decrete
José

Decretar
para onde

A
onda não vem

O
povo não ver

Então
José

Mete
água, puxa remo

A
rua alagou

O
emprego sumiu

A
viúva pariu!

Eu
quero caminhar

Mas
caminhar para onde

Pois
caminhos não há

A
água alagou

O
voto vetou

A
passeata detonou

O
intendente sumiu

Então
vou reclamar

Mas
para quem José

Se
o dia passou…

A
maré já secou

O
dinheiro fugiu

O
salário evaporou

Então,
conforme-se

Pois
o caixeiro chegou

A
saúde é minha

A
cidade também

Ninguém
avisou

Mas
você vai para onde

Se
a sua casa encheu

Seus
bens, o rio levou

Levou
para onde

A
pororoca afundou

E
agora José!

 Nilson
Ericeira