A solidão e o meu crepúsculo

Em
vão caminhas.

Segues
nos torrões desta vida em sina.

Peço
que venhas me ensinar a não caminhar em sublevações.

Talvez
assim possa me deitar no teu peito e escutar o teu coração.

A
dizer-me talvez o que não desejei.

Não,
eu não desejei ouvir que deveria me desiludir.

Mas
assim, prefiro a ter que viver a me esconder do que sinto.

E
se disseres o que não quero ouvir.

Prefiro
mentir a meus apelos a continuar essa desilusão de amar.

Amar
a quem não quisera nem por alguns segundos.

Alguém
que meu peito prometera o amor maior do mundo.

Então,
recluso me encosto em escombros.

Para
sair desse casulo que eu mesmo construir

e
continuar a me iludir.

Ilusão
que é minha,

pos
depósito do meu coração.

Mas
eu ainda aspiro a que num sopro de razão,

apertes
as minhas mãos.

E
diga: eu te amo!

E
quando me olhares sorrindo,

derramando
risos incontidos de felicidade,

é
do meu amor por ti.

Então,
abraça-me como quem quer um abrigo,

uma
fonte de amor eterno.

É
que meus braços sedentos há muito te esperam.

Mas
se tudo isso é ilusão, eu sobrevivo apenas de devaneios e sonhos.

Eu
sei que isto não é muito para quem quer alimentar alma e o coração.

E
enfeitar o ser para receber amor.

Retiro-me
sem que a tua indiferença seja percebida.

Para
que o mundo não veja que meu amor se esvazia no coração.

E
numa solidão de fazer frio, sem abrigo e

sem
o calor que tanto espero.

Despeço-me
antes que de desilusão nova me acometas.

  Nilson
Ericeira