Colibri mensageiro

A
última vez, ali num cantinho de mim.

Com
uma imensidão no meu coração.

Invadindo
meu ser, fazendo-se de íntimo.

De
primeira me dominou, contagiou-me.

E
compreendi que não foi a última vez.

A
última vez em nem foi a primeira.

A
última vez não virá, pois é amor constante.

A
última aparição pariu mais amor ainda.

A
última foi a primeira, a segunda, a terceira…

A
última vez não existe, é sempre primeira.

A
primeira vez surgiu, resplandeceu!

Amor
mensageiro.

A
primeira vez sorriu, olhou, disse-me, silenciou.

Omitiu
amor.

A
primeira vez em mim não é a primeira.

É
sonho, festas, alegria de uma mensagem passageira.

É
revoar no infinito de tantas vezes, muitas vezes.

É
não sumir e quando menos esperar ressurgir.

É
amor!

Meu
colibri, meus colibris, minhas viagens…

A
primeira vez chegou segurando-se no ar…

A
última vez rendeu espetáculo, segurou minhas asas.

Me
apertou, abraçou.

Asas
da imaginação.

Desde
a primeira vez transformou o tempo.

Contemplou
amor, beijou todas as flores e me encontrou.

A
última vez bateu asas e me deixou.

A
saudade ficou, edificou, consolidou amor…


o amor de um colibri passageiro.

É
capaz de deixar uma mensagem ao tempo.

E
de tempo em tempo ressurgir.

E
então, bater asas e ficar no coração.

   Nilson
Ericeira