Nada
deixou escrito
Nada
descrito
Nem
caminhos
Percorridos,
no tempo
O
tempo se foi
O
poeta esvaziou
A
hora chegou
A
poesia, alegria da alma
Lhe
acalma
Mas
poeta não tem alma
Almas
vagantes
Almas
virgens
Vertigens,
passantes…
Aqui,
jaz um poeta
Que
chamais será
Não
foi, não vai, eterniza-se
Pois
um cria-dor
Um
escultor de letras
Um
feitor de quadros
De
moldura vaga
De
tinta fosca
Sem
graça, sem corpo, sexo
E
alma
Perplexo,
despede-se da noite
Ante
que o dia chegue
Refaz,
perfaz, disfarça
Nilson Ericeira
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