Nem tudo é divagações, embarcações talvez
Em tudo há margem para deslizes
Sou um normal entre os anormais
E velejo, assim como divago
Então, sonolento vivo
Há noites tão compridas que as emendo com os meus dias
Num todo de nostalgia e saudade
Sou mesmo de um mundo de acertos e deformações
Um inconformismo comigo e com os outros
Por isso o meu desencontro
Talvez me tenham com um metido, mas é que a ansiedade não me permite esperas
Vivo a contar estórias, as reais,
pesam sobre mim
Num tempo de banalizações em que se faz material a matéria,
nada mais me assusta
Nem mesmo a minha própria brutalidade
Se eu pudesse me redimir dos meus pecados
Trancaria os meus sentidos
E os meus olhos, fecharia
Nilson Ericeira
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