Eu
tenho medo
Medo
de não mais poder te abraçar
Ou
mesmo de te evitar
Ou
até da repulsa antes das mãos
Antes
dos abraços
Sinto
medo de ter medo
Mais
medo ainda
De
ter por a vida em sina
E
ser de morte o meu anúncio
Tenho
medo de ter medo
Aliás,
tenho tido medo de risos dissimulados
De
dentes escancarados e até sobrando
Da
boca que parece adocicada
Mas
que suja de fel e sangue corpo e mente
Tenho
tido medo dos falsos
Mas
de tão falso que nem sempre parece ser
É
que o medo me tem apavorado
Mas
antes eu rogo,
não
me permita ser um falso
Nem
falsear o teu santo nome
Mesmo
que em púlpitos sagrados
Pois
em falso pisaria
A
muita coisa me tenho assistido
Mas
de poucas me permito
Viver
a esnobar, sem que de meus víveres viva
Só
me sobra ter medo
Pois
não é justo do suor dos outros viver
Prefiro
viver sem sorte,
mas
em nunca alimentar a morte
Ericeira
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