Da lanterna ao candeeiro, Ócio e Néscio em dias nostálgicos!

 Desta
vez, as nossas personagens resolveram passar um dia de campi num Lago bem
próximo do Município, levaram redes, cadeiras preguiçosas, mosquiteiros,
lamparinas, candeeiros e petromax! Entre os apetrechos, uma bíblia com a imagem
de seu ídolo na terra!

Afinal
teriam afinidade com os santos e anjos de toda a região.

Mas
que Deus nos perdoem, sabemos da nossa o-missão!

Pretendiam
passar um dia se divertindo, caçando, pescando, jogando pedra de baladeira,
matando lambisgoia e, principalmente, curtindo a paisagem paradisíaca do lugar.
Nada de estresse, pois, a fadiga da cidade e os números estavam os levando à
Casa Amarela, semelhante à idealizada por Simão Bacamarte, reclusos que eram às
suas mansões, mesmo que passassem o dia inteiro anotando, registrando entrada e
saída de mercadorias, principalmente as que faltavam no estoque! Aqui ao
contrário da de Machado de Assis, ninguém é louco, só se for por grana.

Uh
lá, lá, lá…

Ócio
e Néscio andam nostálgicos…


Tá com medo de quê? Disse Ócio numa daquelas preocupações depois de um dia
festivo.


Cara chega dá calar frio só de lembrar da onça que aparece perto da casa de
Juca Leite.


Onça! O quê? Tu tá falando onça? Exclamou Néscio com ar de muita preocupação.

Quando
os dois meteram os pés na carreira! Pega-pega, pega-pega, corre-corre…

Quando
pensaram em ter se livrado do medo da onça, já de calças molhadas, eis que um
sopro vindo do céu com a sensação que iriam ser ‘chipados’, os deixaram de
pernas bambas, no que saíram quase agachados e mudos, e imaginaram ser um ET ou
chupa-cabras, mas era  só um aeroxengo
sobrevoando suas cabeças!

Quando
chegaram a casa esqueceram de acender o candeeiro, um  petromax ou mesmo uma lamparina (bibiana).  

Trataram
de abrir uma caixa de fósforo!  Perceberam que haviam perdido o primeiro no
piso da casa grande, no que acenderam um palito para procurar o outro.

Tarefa
nada lucrativa, em épocas de vacas magras. Levando em conta que as suas
máquinas não tinham mais sido arrumadas para um servicinho no Palácio dos
urubus.

Encantados
que são pelo poder local, tudo fazem para não perderem a boquinha, empregam
todos da família na vaca leiteira. Não dispensam uma ‘cachaceata’ na época das
eleições. Em benefício da prole: empregam pai, Empregam mãe, Empregam filhos…
Eu também sou da família, eu também vou trabalhar”!

Eu
vou, eu vou, tra, lá, la, lá!