Alma
que silencia
Mas
que escorre corpo afora
Lá
fora em ebulições
De
tão buliçosa alma minha
Que
por vezes definha
Alma
de gente, portanto,
Efervescente!
Quisera
mesma à deriva
Sem
que nem me sentisse, falasse, amar-se
Pois
assim seria como quem não tivera
Antes,
pudera ser uma alma virgem
Com
o tempo, prostituiu-se
Viu
o mundo e ganhou asas
Vestiu-se
de santa,
encobriu-se
com o nada
Velejou,
voou, sumiu…
Agora
até parece não querer mais se assentar
É
que vive em devaneios
E,
ainda, sobra-lhe tempo
Para,
de vez enquanto, me expiar
Por
outro molde,
objeto
que sou do mundo
Que
em nada me pareço com ela
Pois
nenhumas semelhanças tenho
Mesmo
que ela é do meu espírito parido
Arde
em mim cálida alma
Que
teve sorte de ter o meu corpo por indexo
Ericeira
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