‘Vir-tu’ homem

O
homem vive sem viver

O
homem morre sem morrer

Vive
quando contempla o seu coração

Morre
por desilusão

O
homem nasceu bom

Engatinhou,
feriu-se, sujou-se,

limpou-se,
andou, arrastou-se…

O
homem é a soma, a diminuição,

a
multiplicação e divisão de si mesmo

O
homem fica virtuoso pelos seus atos

E
definha de vergonha

Pobre
nós que somos homens!

Melhor
seria ser só bicho

Pois
bicho não pensa


homens que nos dignificam


outros que nos envergonham

Só,
só nos envergonham

De
boca e atos podres

Jogam-nos
uns contra os outros


homens como nós,

que
prezamos nossos pais, irmãos, amigos e avós

Mas
há o egocêntricos que fazem os seus mundos

E,
por isso se tornam ilhas de si mesmos

Cada
um de nós fazemos o nosso próprio caminho

Outros,
descaminhos

Todo
homem tem defeitos e virtudes

Afogar-se,
portanto, é não se ver e não enxergar os outros

Por
isso uns quês eivados de julgamentos

Apressados
que somos da condenação

Antes
prefiro beber cicuta a me decepcionar

Pois
lá dentro dos outros há sempre um pouco de cada um

E
quando me olhar no espelho da vida quero me enxergar

Assim,
do jeito que sou

 Nilson
Ericeira