Peixinho, peixinho…

E nem precisa de caniço, pois neste período
‘santo’, é farta a distribuição de peixes nos municípios maranhenses, com raras
exceções.

Só para que se tenha uma ideia, há casas onde há
mais peixes que casas e domicílios. Até porque alguns peixes grandes guardam as
casas para fazerem de domicílio eleitoral, apenas.

E se duvidar peixe nada no seco, tipo ‘sapiens
digital’.

Isto porque trabalho com contexto textual de
residência e domicílio na concepção do direito. Onde um e outro nem sempre são
as mesmas coisas.

O importante é ter a mesa farta neste período, não
importa de onde o cardume veio e qual a origem dos recursos.

Se malha fina ou malha grossa, de tapagem ou de
curral…

No outro dia, alguns aguardam para conseguirem pelo
menos alguns caniços.

Por falar em caniço, aí é só esperar o período de
engorda.

O pescado mais gordo é o que vota e tem família
grande, com reais possibilidades de transformar peixes em votos! Período em que
acontece a desova e/ou piracema.

O peixe distribuído é morto, mas de tão congelado
parece vir do polo norte, mas os distribuidores, vivinhos, bulindo.

Ha casos em que os peixes são jogados, da forma que
se coloca mandioca para animais.

É que peixe engorda e desova mesmo fora do prato.

As metáforas aqui usadas não as criei, mas as
viciaram e tomaram forma do real: em que peixe não é peixe, tarrafa não é de
pesca, choque não é condutor de energia, a malha não é de rede, o pirão não
engorda, isca não é esmola e caniço não é indumentária de pesca, mas de
salário.

Assim forma-se o mar da hipocrisia e improbidade,
mar do Fundeb, do SUS, do Fundo de Participação etc., etc. A desaguar no oceano
do descaso…

A pior alienação é a alienação consciente, pois
àquela que sabemos errada, mas praticamos com ares de realidade.

Peixe, peixinhos, peixões…