Meu sujeito oculto

Furta-se
a grandes polêmicas

Ao tempo
em que omite-se

Deixa o
tempo levar

Esbarra
em qualquer lugar

Parece
um ser ausente

O meu
sujeito oculto

Finge
calar-se,

afoga-se
de dor

É o
próprio inconformismo

É o
grito e o eco

Grito
preso, mãos livres!

Um
sujeito que se sujeita

Mas que
se liberta

E é a
própria denúncia em som e letras

É a
cifra da música

A
liberdade no ar

É a faca
e o queijo

Essa
poção de amar

Oculto,
vive

O meu
sujeito oculto é abraço do amigo

É a
porta abera e a janela do mundo

É a
pátria livre e ânsia de amar

A veste
moral de todos os dias

É a
divisão da camisa e do pão

O meu
sujeito nasce, vive e vai

E,
quando diz até logo

Volta,
faz o seu ciclo de amar

 Nilson
Ericeira