Personae em vertigem

Personae em vertigem

Com ou sem máscaras

Estéticas, nuas ou seminuas

Imorais ou morais

Nasceu com vida

Se ainda em expectativa

Alimentai-vos de amor

Abrem-se as portas do ‘céu’

E quem tem as chaves

Pois os demônios estão lá fora

Sedentos e famintos,

oferecendo salvação

Lutero em indignação

Afogados em hipocrisia

Surfam em ondas alienantes

O nome Santo sacrificado

A cruz de antes, agora plúrima

Somos todos vítimas de uma alienação estética

Incapazes de separar o joio do trigo

Lá fora, uns homens nus em si esmos

Pois decoradores de palavras fáceis

Interpretes da deformação

Apresentadores de faces dúbias

Irmãos, não siga-os

E suplicai ao Pai

Pois o cárcere não é a regra

Agora mesmo lançam suas teias

Nilson Ericeira