Meu cavalinho matreiro, nas minhas estradas da vida…
Olhava para o tempo, ah tempo bom!
Meu cavalo de talo ou de folha de bananeira nunca me deixava, tinha clina, olhos grandes e orelhas ariscas, rabo comprido, costas larga e cela feita do imaginário. As pernas do dono davam vida à sua estrutura numas cambitas cheias de perebas.
Do mesmo modo que corria nas ruas de Arari na marcha ou a galope, meu cavalo imortal esperava o seu dono, enquanto era amarrado nas estacas da minha imaginação.
Mas não era só eu, os meninos de Arari, do meu tempo pueril, quase todos eram engenhosos dos seus próprios brinquedos.
Tenho a impressão que o lúdico na infância nos dá projeções…
Quando eu estava a cavalo, que recebia a ordem de comprar cola ou outro material que meu pai usava na sapataria, não importava a distância, ‘um pé lá e outro cá’, comanda o feitor da Franca.
E olha que nesse tempo tinha que ter muita habilidade para sobrepor as poças de lama.
É assim, por meio das letras, parcas por sinal, salvo engano, mas tão engenhosas quantos os caminhos que percorri.
Blog do Jornalista Nilson Ericeira – Usina de Ideias
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