Porque
não me encontro certas vezes, mesmo que me busque no meu próprio ser
Nem sei
se é devaneio ou mesmo displicência no meu semeio
É que às
vezes voo alto lá céu e nem chego a me dá conta que tenho as minhas asas
feridas
E por
vezes risco o céu dos meus desejos só para ver ser te vejo bem de perto lá em
cima
Mas
quero que saibas que mesmo com as minhas asas feridas é no meu coração que
encontro forças para seguir
Então eu
vou voando mesmo que sangrando, pois pode ser que um dia eu te veja ainda assim
E quando
no meu sobrevoo eu vislumbrar que ainda posso voar, vou te buscar onde
estiveres,
pois é
grande a minha fé
E lá no
céu, no infinito, ou em qualquer lugar, não perderei a esperança de te amar
Enquanto
isso, vou curando as minhas asas, sarando as feridas que se põem no meu coração
Ainda
assim, todos os dias bem cedinho, quando abro a porta do meu coração,
vou
correndo para mais uma vez de oferta a minha unção
Agora já
não me vejo como antes em que esperava o sol nascer e logo batias as minhas
asas na ânsia de te ver
Pois é
amor o que sinto dentro de mim um amor tão lindo quantos àquelas flores que
deixaste em nosso jardim
Neste
instante eu já até esqueci que estou ferido e já estou no espaço distribuindo
outras sementes que restaram do nosso amor
É que há
sementes que só maturam com o tempo e feridas que só cicatrizam com o amor do
coração
Ericeira
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