Acho
que perco meu tempo com coisas sem interesses
Vivo
a catar letras e tentar compreender o mundo
Com
isso crio mundos abstratos tirados da realidade!
Sou
um inventor de coisas sem patentes
Vivo
num mundo cheio de muitas coisas e vazio ao mesmo tempo
Ao
tempo em que perco tempo, cato letras!
Vivo
como vive o pescador de malha fina, nada escapa
Quando
foge dos meus olhos, não do meu coração
Beiro
a loucura e ao extremo da razão
O
mundo midiático nem sempre é o mundo físico e geográfico
A
terra, o mundo e as pessoas do mundo
O
comportamento humano tem afastado as pessoas de si, dos outros
E,
principalmente de Deus!
Há
uma fonte de ódio e ira produzida todos os dias
Inala-se
na ceia dos ricos e ataca de morte pessoas inocentes
Por
isso que cheguei à conclusão da minha vadiagem
O
mundo do que não sei me fascina,
prende-me
e me isola em mim
Enquanto
o dia do juízo não chega,
vou
aqui abominando os tribunais de exceção
Os
decretos de guerra e a precipitação da condenação
O
pior de tudo é saber que cada um de nós somos engrenagens
De
alguma forma fazemos parte da ceia dos podres
Hoje
cheguei à conclusão que mesmo sendo um vadio,
não
me abstenho de amar
Tenho
dialogado com pessoas das minhas páginas
Personagens
dos meus mundos
Algumas
são reais e outras do plano imaginário
No
fim de cada dia, eis que os saúdo com grata satisfação
Pois
ao me conduzirem solidariamente ao paraíso dos livros
Da
pequenez de meus tecidos…
Vivo
no ócio mais delirante que um terráqueo se pode alienar
Aliás,
sempre desejei ser uma ilha cercado de letras
Por
isso, vivo a da forma, cor e tom a vidas
Mas
sei que nem sempre serei compreendido
Ericeira
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