O
anúncio dos meus olhos é sinal de águas minhas
Águas
de saudade e de amor no coração
Quando
meu ser em ventanias
Há
muito já umedeceu meu coração
Meus
olhos em marés altas
Em
crista de onda que disfarçam em cumes
Ainda
bem que pororoca em mim amor sublime
Amor
de irmão
Quando
rasos regados escorrem no meu rosto
Há
muito meu coração já alagou
É
que por vezes vivo em calmarias
Noutras
em revolução de águas
É
muita água, mas que não cessa minha dor de saudade
Pois
sei que o tempo não cessa o amor
Mas
eu sei que dissipa a dor
Que
como vento forte bate no peito e leva-me
Como
se fora uma embarcação em alto mar
Assim
que outros sinais sentir,
Sei
que em rugas minhas,
escorrerão
águas de amor e saudade
Ericeira
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