Eis que
formarei a minha palavra certa.
Cada um
de nós escreve a sua palavra.
De letra
em letra, cada uma na sua junção.
Seguiremos
a vida dizendo palavras,
produzindo
palavras…
Agora
mesmo aqueço a palavra mais certa.
Mas é
que por vezes a palavra não sai.
Nem
letras, elas átonas, vazias…
Outras
fechadas, reduzidas.
Nem
mesmo uma semivogal com som débil.
Certas
vezes eu preciso dizer do que preciso.
Outras
eu calo, noutras eu grito!
É que as
palavras saem frenéticas e apressadas.
Outras
sucumbem…
Elas
querem certamente te abraçar e dizer que eu te amo.
Agora
que já formei a palavra mais certa, eu te empresto.
Aliás,
elas são tuas.
Na
tonicidade do encontro delas e que te vejo e sinto.
E assim
formo meu alfabeto de vida.
Meus
canteiros e minhas flores que meio espessas,
São
adubos do meu coração.
Para
sempre de cercar das palavras mais doces.
Compor e
recompor meu radical livre.
E sempre
te amar.
Ericeira
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