A absolvição do poeta

Embora sobre as amarras da vida

Tento sobressaltar obstáculos

Embora preso no cárcere da desigualdade

Sobrevivo às correntes que me aprisionam

Vez em quando saio da caverna e espio

Sinto o frescor do tempo passageiro

Escuto o eco de mim mesmo clamando por justiça

Embora a igualdade apenas apregoada

No peito verte liberdade consentida

Apesar de tudo que passo

Proclamo a minha absolvição

Não que não saiba do erros cometidos

Antes de ser escravo, sou livre

Dou as minhas assas o alcance dos meus sonhos

E me ponho nos lugares que quiser

Embora preso nas convenções a mim impostas

Sou arbitrário de mim mesmo

Portanto, absolvo-me de mim e dos outros

Antes que meu próprio fim seja chegado

Pois negar a mim mesmo não posso

Nilson Ericeira

(Robrielle)