Escombros/indiferença

Ninguém sabe, ninguém viu

Alguém me viu chorar sozinho

E fez de conta que nem viu

Ninguém sabe o que aquele menino sente

Sem lar e sem amor

Vai caminhando pelo mundo…

Ninguém viu por onde ele passou

Pois todo mundo anda muito ocupado

Com olhos vidrados nas telinhas

Esquece até do irmão que nasceu no mesmo ninho

Onde vais, por onde vais, por onde andas?

Tomara que nunca se perca pelos caminhos

E quando voltares, voltes para o mesmo ninho

Ninguém sabe, ninguém sente

Pois os que sente outra pessoa também compõe a nossa dor

Pois todos somos irmãos e deveríamos sentir a mesma dor

Mas segue menino nessa estrada sem te esquecer de um dia voltar

Pois onde estiveres, haveremos sempre de te amar

Ninguém viu, ninguém sentiu, nem percebeu

Passou despercebido aos olhares

É que perdemos o interesse pelos humanos

Mas podes crer que o Pai lá de cima te acompanha

Ou outras coisas têm nos tirado a atenção

E, assim, enrijecemos nossos corações

Será que ninguém viu, não sentiu, não percebeu?

Nilson Ericeira

(Robrielle)