Do Último Livro: ‘Eu faço músicas, mas não sei cantar’

Por Nilson Ericeira

Do Último Livro: ‘Eu faço músicas, mas não sei cantar’

Como percebem, comecei a escrever meu último livro como se fosse o primeiro, o que para muitos é um paradoxo! Para mim, entretanto, deverei ainda verificar qual primeiro.

Tenho o hábito de compor algumas poesias teclando no teclado do computador como se fora um piano. É sim, um piano imaginário, produzido pelo emocional que tece as notas do meu sentir.

Imagino como deve ser maravilhosa a produção literária da música!

É que levo um tempo musicando sem saber nenhuma nota e sem ter o mínimo de noção de algum instrumento musical. Pois sou analfabeto musical, ainda que entenda profundamente a importância da música para a educação.

Compreendo que além da importância da música na educação e formação de gerações, pois nos conforta e reporta a outros lugares. Assim, compreendo que nem sempre temos oportunidade de descobrir, de fato, qual a nossa vocação. Nesse contexto de exclusão, percebe-se que não são poucos os que não sabem ou mesmo não aprimoram o talento que têm.

O fato de admirar quem toca algum instrumento musical e, de certo modo, ser despertado com saxofone de seu Benedito Figueiredo (Bina Figueiredo), quase todos os dias nas manhãs da Rua da Franca em Arari, tenha contribuído para aprimorar o sentido que eu sei que a música tem para as pessoas.

Enquanto isso, mesmo saber uma só nota, muito menos juntar as sílabas da música, faço poemas que pretensiosamente entendo que poderiam ser musicados.

Talvez seja melhor continuar produzindo poemas sem pretensão.