O próximo passo…

Não depende de nós

Por vezes, damos passos

Não damos passos,

damo-nos, permitimo-nos

Pode ser perfeito

Deixar marcas ou não deixar nada,

mas criar feridas

Mas pode abrir um riso,

Alentar, acalentar, aconselhar

Ser um ser solidário

Por vezes os passos não são só nossos

Mas definem correntes

Fazem malhas,

abrem braços,

acolhem abraços

Por vezes, caminhamos só, sós

O próximo passo pode ser encubado no coração

Ganhar asas, fazer-se voos…

Buscar no céu de si mesmo o amor

E continuar caminhando…

Mas pode ser uma palavra,

Apenas: eu te amo!

Pode ser muito mais,

o que deixamos de dizer,

de demonstrar

Pode ser um abismo,

consentido ou não

Para tanto, precisamos da razão

E para continuar nos caminhos,

basta se permitir

Aceitar-se como definiu nosso Pai

Ainda que tenhamos pés e mãos

Braços, abraços…

Os passos, ah senhores!

As passadas…

Nilson Ericeira

(Robrielle)