Um chão pátrio

Um chão pátrio

Faça-se refém de sua nudez,

Mas vista-se do espírito dos excluídos

Nas igualdades dos livros sagrados

De ensinamentos em versos

Na luta de heróis

Alimentam suas crias

Em minguados trocados

Que arrocha

E aperta a barriga

Esse demo

Que ‘cracia’ nossa vida

Em febres e diferenças

Ainda expande-se em fronteiras

De expressões inertes

Imberbes, estáticas…

Somos nus

Estamos nus em reflexões

Desnudem dessa imobilidade doentia

Clamemos pelo sem-teto

Sem-pão

Sem-terra

Sem-educação

E sem-pátria

Sem chão…

Pisem no chão de si próprios

Amantes dos molejos

E sem cultura

Em risos e vaias

Introspectivas, às vezes.

Iguais a insetos nos impulsionam

A acreditar que amor é sexo,

Apenas!

Mas também eu sou deste nicho,

Um lixo de mim.

Imobilista num mórbido viver.

Há ainda sermões

Chicotes, açoites,..

Mas já é noite e preciso ir

Para ver novas expressões

Na política de poder

Nesta ócara

E na minha aldeia

Persuadir políticos

A fazer políticas

Ensinar-lhes,

Quem sabe,

Com-julgar o verbo amar…

Nilson Ericeira

(Robrielle)