O madrugar no lago da vida

Caminhei
para um logo da vida

Devidamente
frio

Devidamente
cheio

Piscoso,
repleto de pássaros, asas, voos, caminhos…

Que,
aos poucos,

Se
enchia de gente, que tirava a tarrafa

Espichava
a rede

Eu
enchia os côfos

De
uma gente com sede,

outra
com fome

Os
bruguelos na oficina

Nada
tinham, nada sabiam

Mas
que vida levavam

Viviam
a orlar a esperança da vida

Ainda
na madrugada:

conversas,
caminhos, espinhos…

Mais
tarde, fartura

Pois
do lago da vida se abasteciam

Alimentava
as barrigas e

E
sonhos

Sonhos
de menino

Mas
já é hora de voltar

Um
frio de bater os queixos

Mas
de nada podiam se queixar

Vamos
lá!

Pegamos
uma boa boia

Sinal
de peixes fresquinhos

Então,
caminho de volta

Pois
em prosa, meu velho ordenava-nos

Não
faz isso menino!

O
silêncio e o medo…

Batia-me
na alma

Mas
ainda menino, alma não tinha

Por
isso, esquisitos e franzinos

Nossos
pés, pecadas, caminhos

Marcas
que a vida nos fez

Vez
ou outra volto ao lago de vida

Agora
sozinho

 Nilson
Ericeira