23 de fevereiro de 2025

A cor do meu pecado

A cor do meu pecado

O meu desejo transmuta

Muda de cor

É furta-cor

Equaliza no tempo

Ofusca-se e aparece

Vaga igual vagalume

É lume e deixa pistas

Risca o tempo e some no ar

A cor do meu pecado sou eu

Meus versos e loucuras

Minha sensatez e lucidez

A insensatez da minha vida

Minha nudez de espírito

Minha descrença em homens

E minha peça mal acabada

A minha estética esticada

E versos incompletos

E tome tempo

Em prateleiras vazias

Ainda bem que reajo

E saio de mansinho

Nem pecadas eu deixo

Pois me reduzo a nada

  Nilson Ericeira