Contornos ou voos do acaso

Contornos ou voos do acaso

Se me vejo assim, absorto no tempo

E como alento, saboreando o vento

Feito passarinho sem asas

Tempo sem estações

Luar sem paqueras

Amor sem espera

Sol sem reflexos

E ocasos… em mim

Se por acaso ser um ser diferente

Ainda que demore

Num outro momento te encontrarei

Nem que seja só pra trazer meus luares

Devolver meu amares

Fazer meu sol poente e em despedidas

E todos os dias novamente te amar

Como na primeira vez

Daquela vez

Outras vezes

Eu passarinho de volta para o ninho

Ou na imensidão sentindo amor no coração

E lá do alto, decifrar estações

E te ver pousando em mim

Sentindo-te assim

Da mesma forma que um colibri a festejar a sua flor

Pois tudo isso é desejo de te amar

E se num clarão, ou em qualquer estação

Dou-te todo o amor retido no meu coração

Nilson Ericeira